O Castelo surge um pouco no pensamento de que o homem tinha tendência para se evidenciar face a quem governava, divergem as teorias neste campo, mas o facto é que o castelo vai assumir a postura de um lugar de defesa das populações e das regiões. As motas, de que o professor Dr. Mário Jorge Barroca fala, eram uma espécie montes artificiais para erguer estruturas militares em campo aberto, estrutura em terra, onde, por vezes era erguida uma torre de menagem. Era usada como meio de defesa rápido e económico, pois não requer conhecimento especifico. Mas não me demoro aqui, pois quero és esclarecer é sobre o castelo gótico.
O Castelo Gótico surge por volta de 1150 e prolongar-se-á até 1200, espalhando-se pela Europa até mais tarde, na necessidade de transformar a defesa das populações e das regiões, em tempo de guerra, eram autênticos aparelhos de guerra. A demografia aumentava dos campos para as cidades, as ordens religiosas criam organizações internacionais e permitem novas construções( Leonardo benévolo assim afirma que as construções góticas surgem da necessidade de criar algo com mais técnica, unitária, organizada com um método para um conhecimento mais cabal das transformações novas), Segundo Leonardo o Gótico surge da existência técnica do românico, mas cresce dela «mais coerentemente elaborada» e com uma certa «comunicabilidade universal». Surgem em Portugal por volta de 1130 as primeiras novidades da torre de menagem e do alambor com Gualdim Pais, que segundo o professor Mário Barroca, havia vindo das cruzadas e teria tido conhecimento de novas técnicas usadas pelos cruzados na guerra contra os «infiéis» e fundou a cidade de Tomar o Castelo de Almurol. Mas foi com D. Dinis em 1288 que, com a necessidade que o monarca sentiu de afirmar e vincar as fronteiras do reino que o sistema foi mais lançado e teve maior impacto. O Castelo Gótico era caracterizado por ter uma defesa activa, em oposição ao Castelo Românico que tinha uma postura mais passiva, porque os meios de ataque eram mais incipientes.
Com novos meios de ataque mais eficazes, vai ser dotado para uma acção em batalha forte e coesa, assim contem sistemas avançados de ataque, foi necessário que a cota de posição do castelo baixasse e o ataque fosse mais positivo e activo. Assim a torre de menagem , que no Castelo Românico se encontrava normalmente no interior do pano de muralhas, afastado do adarve, pois era apenas o ultimo reduto do castelo, no caso gótico ela passa imediatamente a estar adoçada ao pano de muralha e a agir mais activamente em comunhão com os torreões como um só sistema. Este tipo de Castelo tem novidades para a altura bem evidentes, têm os balcões de matacães, ceteiras nas ameias (que são as partes salientes maciças materiais do pano de muralha e não os espaços entre elas) de ameia em ameia, pode ter a barbacã de porta ou extensa, que substitui o alambor, cerca de 3 ou mais torreões, o adarve e uma possível sapata. Os balcões de matacães são um meio avançado de defesa. Estão normalmente na entrada do Castelo e até nos cantos da torre de menagem a fim de evitar o trabalho de sapa e desconstrução nas torres de planta quadrada.
O Castelo Gótico vai ter ainda uma liça a fim de haver manobras de soldados, e uma carcava, fosso artificial escavado na pedra ou até capeado, mas era uma estrutura seca a fim de evitar o encosto de engenhos ao pano de muralha no assalto ao castelo como a torre móvel ou o aríete, além disso diminui a possibilidade de construção de mina. Desta forma, o mais provável era ao escavar o buraco para construir a mina a fim de desfazer a muralha, o inimigo caía na carcava e era eliminado a tiro das muralhas.
Além de tudo isto deixa de haver a porta da traição e as ameias passam a ser mais curtas e mais juntas para proteger os soldados com a ajuda de manteletes que permitem fechar as abertas entre as ameias.
O Castelo Gótico vai subsistir até cerca de 1500, mas vai perdendo terreno face a novos métodos de acção que são cada vez mais exigíveis.
Fonte:
-BARROCA, professor Dr Mario Jorge, Nova História Militar de Portugal- Volume 1; Arquitectura Militar, pp: 117 a 121. ed: Circulo de Leitores,
-BARROCA, professor Dr Mário Jorge, D.Dinis e a Arquitectura Militar Portuguesa, pp: 802 a 820- Revista da Faculdade de Letras,
-MONTEIRO, João Gouveia, Nova História Militar de Portugal- Volume 1; Castelos e Armamento, pp: 164 a 180, ed: Circulo de Leitores,
- BRANCO, Manuel da Silva Castelo, Duarte de Armas, Livro das Fortalezas, pp: 1 a 20, imagens 1 a 44, plantas 120 a 126- Arquivo Nacional Torre do Tombo, ed: Inapa,
-MONTEIRO, João Gouveia, Aljubarrota 1385 A Batalha Real, pp: 64 a 70. ed: Tribuna,
-ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, BARROCA, Mário Jorge; História da Arte em Portugal, O Gótico, pp: 81 a 87, ed: Editorial Presença.
-WORRINGER, Wilhelm, A Arte Gótica, pp: 15 a 79, ed: Edições 70.
-BENEVOLO, Leonardo, Introdução á Arquitectura- A Arquitectura Gótica, pp:111 a 126, ed: Arte & Comunicação.
-GYMPEL, Jan, História da Arquitectura . da antiguidade aos nossos dias, pp: 36 a 39, ed: Konemann.
O Castelo Gótico surge por volta de 1150 e prolongar-se-á até 1200, espalhando-se pela Europa até mais tarde, na necessidade de transformar a defesa das populações e das regiões, em tempo de guerra, eram autênticos aparelhos de guerra. A demografia aumentava dos campos para as cidades, as ordens religiosas criam organizações internacionais e permitem novas construções( Leonardo benévolo assim afirma que as construções góticas surgem da necessidade de criar algo com mais técnica, unitária, organizada com um método para um conhecimento mais cabal das transformações novas), Segundo Leonardo o Gótico surge da existência técnica do românico, mas cresce dela «mais coerentemente elaborada» e com uma certa «comunicabilidade universal». Surgem em Portugal por volta de 1130 as primeiras novidades da torre de menagem e do alambor com Gualdim Pais, que segundo o professor Mário Barroca, havia vindo das cruzadas e teria tido conhecimento de novas técnicas usadas pelos cruzados na guerra contra os «infiéis» e fundou a cidade de Tomar o Castelo de Almurol. Mas foi com D. Dinis em 1288 que, com a necessidade que o monarca sentiu de afirmar e vincar as fronteiras do reino que o sistema foi mais lançado e teve maior impacto. O Castelo Gótico era caracterizado por ter uma defesa activa, em oposição ao Castelo Românico que tinha uma postura mais passiva, porque os meios de ataque eram mais incipientes.
Com novos meios de ataque mais eficazes, vai ser dotado para uma acção em batalha forte e coesa, assim contem sistemas avançados de ataque, foi necessário que a cota de posição do castelo baixasse e o ataque fosse mais positivo e activo. Assim a torre de menagem , que no Castelo Românico se encontrava normalmente no interior do pano de muralhas, afastado do adarve, pois era apenas o ultimo reduto do castelo, no caso gótico ela passa imediatamente a estar adoçada ao pano de muralha e a agir mais activamente em comunhão com os torreões como um só sistema. Este tipo de Castelo tem novidades para a altura bem evidentes, têm os balcões de matacães, ceteiras nas ameias (que são as partes salientes maciças materiais do pano de muralha e não os espaços entre elas) de ameia em ameia, pode ter a barbacã de porta ou extensa, que substitui o alambor, cerca de 3 ou mais torreões, o adarve e uma possível sapata. Os balcões de matacães são um meio avançado de defesa. Estão normalmente na entrada do Castelo e até nos cantos da torre de menagem a fim de evitar o trabalho de sapa e desconstrução nas torres de planta quadrada.
O Castelo Gótico vai ter ainda uma liça a fim de haver manobras de soldados, e uma carcava, fosso artificial escavado na pedra ou até capeado, mas era uma estrutura seca a fim de evitar o encosto de engenhos ao pano de muralha no assalto ao castelo como a torre móvel ou o aríete, além disso diminui a possibilidade de construção de mina. Desta forma, o mais provável era ao escavar o buraco para construir a mina a fim de desfazer a muralha, o inimigo caía na carcava e era eliminado a tiro das muralhas.
Além de tudo isto deixa de haver a porta da traição e as ameias passam a ser mais curtas e mais juntas para proteger os soldados com a ajuda de manteletes que permitem fechar as abertas entre as ameias.
O Castelo Gótico vai subsistir até cerca de 1500, mas vai perdendo terreno face a novos métodos de acção que são cada vez mais exigíveis.
Fonte:
-BARROCA, professor Dr Mario Jorge, Nova História Militar de Portugal- Volume 1; Arquitectura Militar, pp: 117 a 121. ed: Circulo de Leitores,
-BARROCA, professor Dr Mário Jorge, D.Dinis e a Arquitectura Militar Portuguesa, pp: 802 a 820- Revista da Faculdade de Letras,
-MONTEIRO, João Gouveia, Nova História Militar de Portugal- Volume 1; Castelos e Armamento, pp: 164 a 180, ed: Circulo de Leitores,
- BRANCO, Manuel da Silva Castelo, Duarte de Armas, Livro das Fortalezas, pp: 1 a 20, imagens 1 a 44, plantas 120 a 126- Arquivo Nacional Torre do Tombo, ed: Inapa,
-MONTEIRO, João Gouveia, Aljubarrota 1385 A Batalha Real, pp: 64 a 70. ed: Tribuna,
-ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, BARROCA, Mário Jorge; História da Arte em Portugal, O Gótico, pp: 81 a 87, ed: Editorial Presença.
-WORRINGER, Wilhelm, A Arte Gótica, pp: 15 a 79, ed: Edições 70.
-BENEVOLO, Leonardo, Introdução á Arquitectura- A Arquitectura Gótica, pp:111 a 126, ed: Arte & Comunicação.
-GYMPEL, Jan, História da Arquitectura . da antiguidade aos nossos dias, pp: 36 a 39, ed: Konemann.
Sem comentários:
Enviar um comentário