A partir de cerca de 1120 os soldados medievais tinham um armamento que era o essencial para conseguir resistir em combate, nem todos eram da mesma estirpe. Uns combatiam a pé outros a cavalo, dependendo da sua condição social. O cavaleiro tinha o seu atondo, mas o peão apenas dispunha do estritamente necessário. Podia ter uma armadura leve, um escudo igualmente leve, mas tal como o cavaleiro ele tinha um capelo (com nasal ou não- era opcional? Nem sempre). Podia até ser nobre, mas sem posses para manter uma montada combatia a pé. Isto não era muito regular, mas por vezes acontecia.
O soldado medieval nesta época era essencialmente, ou mercenário, ou homem da confiança do nobre da terra- pertencendo á sua mesnada, servia o seu senhor até á morte perante um juramento de fidelidade e lealdade. Deve ainda assim servir a sua terra, a sua comunidade e o seu país. O poder não se encontrava ainda muito centralizado, o rei tinha de manter contactos de vassalagem e de permuta perante os nobres que deveria manter como aliados para seguir os seus intentos. Os soldados nesta altura, se eram cavaleiros, tinham mais do que uma montada, tinham várias espadas, vários capelos e outro equipamento, dependendo da sua condição financeira. A partir de dada altura surge a heraldica que vai ajudar os soldados, através de insignias que tinham em roupas por cima da aramadura identificavam-se em combate. Os estandartes com simbolos representantes das familias ou das terras também ajudavam a identificar os exercitos.
Havia vários tipos de guerra, os fossados (raids rápidos para aliviar as zonas de fronteira e as tenções entre as partes) que exigia armamento leve e montadas rápidas, e os apelidos, que surgiram numa época em que os objectivos de guerra mudam e torna-se do interesse dos monarcas defender ou ocupar praças. Nesta altura o apelido (cerca de 1200) era uma forma de batalha defensiva, o monarca ou nobre defendia a praça ou castelo. Todos os convocados deveriam aparecer em chamada de apelido, sob pena de multa. Esta forma de combate, obviamente não tinha o saque, pelo que os peões não lucravam muito. O peão, sendo um homem que combate a pé, mantem-se prejudicado porque a sua condição não o permite entrar nos fossados e nos apelidos não facturam, pelo que estão obrigados ao salario imposto pelo seu senhor. Em falta á chamada em apelido, o peão paga 5 soldos.
A loriga era uma peça de armamento defensivo que era normalmente usada pelos nobres. Foi usada desde cerca de 1066- 1077 ( bordado de Bayeux) a loriga poderia ser de elos que se entrelaçavam entre si, fazendo uma malha impenetravel, ou podiam ser escamadas. Eram normalmente levadas para o campo de batalha por dois peões que as transportavam ao ombro por uma barra.
As lorigas eram mais até aos joelhos, os lorigões eram até á cintura.
fonte:
- BARROCA, Mario Jorge; Nova História Militar de Portugal, volume 1, pp: 126 a 161, ed: Circulo de Leitores.