O tempo da Idade Média, como o retratamos, tanto na Europa como em Portugal, foi um periodo de renovação dos velhos canones culturais, sociais e de ligação entre o homem, a terra e a religião. Mas os tramites em que se desenvolveu fundamentados numa doutrina de governo rigido que acentava a base num feudalismo promovia nas consciencias o medo e a dependencia. A forma de comando dividida em Monarquias e a Igreja (no Ocidente) vinculavam os crentes a deveres e a tarefas em troca de lugares no céu, não falo das indulgencias, que se deu muito mais tarde, mas de algo que promovia a salvação pela devoção cega ao que era ensinado por esta Instituição. O que aconteceu foi que isto foi sendo incutido de raiz, ao ver uma humanidade em desespero e varrida pela guerra e dando-lhe suporte pela palavra foi o objectivo huamano, mas depois mais tarde traduziu-se numa canção sistemática detendo o comando. Pelos anos idos de 700, altura em que os Muçulmanos ocuparam quase toda a Peninsula Ibérica, a Igreja começara a exercer força de uma forma directa sob a base do que as populações carenciadas necessitavam. Aquilo a que se chama muitas vezes "o dominio da Igreja" foi penoso para a Humanidade durante alguns séculos, em que o que era pregado eram os ensinamentos do Cristianismo, mas na maioria das vezes aplicados no sentido inverso acentuados em factos como acusações, julgamantos , torturas, execuções sumárias pela espada, machado ou fogueira e mandados de exercicio de cruzadas á terra santa como propósito de a recuperar pela guerra, sob a base de uma crença que ditava a fraternidade, a harmonia e a compreenção e o Amor, fudamentados nas palavras do seu criador "Amai o próximo como a vós mesmos" e " Quem nunca pecou que atire a primeira pedra" - a respeito do caso biblico de Maria Madalena. Todos estes casos foram assumidos pela própria Fundação num pedido de perdão á humanidade na promessa de que tudo seria dieferente como é do conhecimento geral. Mas nem estes erros foram sempre assim. Falam muitos autores a respeito das cruzadas que foi o unico meio que a Igreja encontrou, na altura, para fazer frente ao flagelo em que se via envolvido o Cristianismo, o inimigo muçulmano estava convicto numa fé de amor e faternidade que devia ser espalhado pela ponta da espada. Daí a olhar como um meio de comando e poder era algo que a Igreja não pugnava usar, mas que depois tornou-se apelativo além de necessário ainda durante bastantes séculos enquanto o inimigo marchava no sul. Não podemos pensar que tudo na Igreja era mau, mas a maioria das aplicações imprimidas pela Igreja talhou a humanidade de forma arbitraria e desumana e anti-cristã. Mas isso não quer dizer que não houvessem neste organismo de comando formas boas estruturalizadas e muito cristãs, mas precisavam no entender de muitos autores, de serem trabalhadas e reformuladas constantemente, a igreja deveria seguir os sinais do tempo e não esperar que o tempo a siga (não me lembro de quem disse semelhante mas não importa). Todo o tempo Medieval foi carregado de simbolismo que impregnava o quotidiano da sociedade. Os vinculos com os Martires e com os Santos, as formas de enterramento, a arquitectura das Igrejas e catedrais, e a acção constante dos intervenientes junto das populações era tal que apelava a toda o instante á devoção excessiva que mais tarde inadvertidamente se transcrevia muitas vezes no fanatismo. Penso que estas palavras são do conhecimento geral, mas há algo mais a dizer á cerca disto. Quando o Império Romano perdeu força e sucumbiu, a Igreja tal como as populações estavam despreparadas para o que se avisinhava. Nesta altura o unico objectivo desta instituição era proteger os crentes, os devotos, e fez o que estava ao seu alcance para assegurar que tal se verificaria, mas quando se viu em mãos para governar as populações viu-se deficitária, e aqui se houve abusos, também houve complacencias e virtudes que a Igreja teve de Louvar. As sedes de comando das cidades pela Igreja,e não só, também em campos despovoados, em que como orgão protector procurava manter o maior número de pessoas protegida dos desmandos da guerra, foram lugares de acções humanitárias. Se mais tarde se traduziram em palcos de despotismo e tiranismo, isso deve ter a ver com a mentalidade de quem mantinha tais espetáculos em funcionamento, mas não se explicava dessa forma em todo o lado. A Igreja beneficiava da protecção que dava, era um direito que lhe assistia, na medida em que, inicialmente, vivia do que se pudesse recolher da terra, mas ninguém passaria fome ou necessidades sob a sua alçada. Mas mais tarde a Monarquia faz-se sentir sob os aspectos do fausto da Igreja embebida em poder e ganha a necessidade de se tornar autónoma. Como poderiam os reis governar as populações com um comando tão rigido como o que tinham em ciam de si mesmos? Eram talhadas as suas decisões de forma intrinseca. Tinham o papel de enviados de Deus para governar mas eram percebidos como "fantoches" da Igreja na giria do povo. Tal aspecto foi mudando gradualmente, a guerra assumiu contornos nesse aspecto mas isso não permitiu um desvinculamento com a Igreja e com a fé, antes pelo contrário. Ela era inspiração para a busca de respostas e de reforço da própria fé. A guerra e a Peste Negra lavravam a morte á sua frente e as pessoas ficaram desacreditadas do dogma. Eis que aIgreja entrava em convulsões, ou não fossem tais factos um sinal mais do que evidente que a sua doutrina precisava mudar. Assim tentava a todo o custo restabelecer a ordem interna por forma a ser não só aceite mas também integrante. A monarquia portuguesa sendo uma forma de governo não muito diferente, não detinha um total controlo inicialmente, e depois vem a ter um papel mais activo em variados sectores, mas é sempre um processo gradual e muitas vezes "negociado" com a Igreja que deve ser percebida com variadas considerções.
Nota do autor da postagem: Esta publicação foi feita baseada em textos, livros, alguma busca detalhada não só documentada mas também colhida entre varios meios em que preciso traçar uma lista detalhada, será feita em breve. Atentamente
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