Não é de todo descabido pensar que o trabuco fazia parte do tipo de engenhos de ataque como a balista ou a catapulta, mas, todavia, ela também foi usada como meio de defesa dos castelos e dos redutos mais sensíveis que era importante defender. O trabuco era uma peça importante, ainda assim, no cerco ás praças, onde, por ser impenetrável a porta e a praça inexpugnável, a importância do trabuco era fulcral, pois a longa distancia e com cálculos certos de tiro, o reduto a defender estaria um tanto fragilizado . O trabuco era uma forma muito deficiente mas ainda assim eficaz de tentar desarmar á distancia um inimigo que á partida se barricava na sua defesa. Era uma espécie de quebra-nozes que permitia abrir brechas onde era preciso penetrar, após longo estudo necessário sobre a praça. Era um engenho deficitário porque só concebido para lançar projecteis, incendiados ou não, e não propriamente para auto-defesa. Teria então de contar sempre com homens que o mantivessem, á retaguarda, intacto. Este tipo de engenhos era caro, pois dispendia grande trabalho de produção,e dependia a sua funcionalidade do transporte e montagem no terreno, no perímetro necessário. Era um engenho ainda deficiente pelo facto de que não se recarregava sozinho, era um monstro de quase 3 a 4 metros que demorava por vezes 1 hora a recarregar com o projéctil, facto que o viabilizava na retaguarda e por isso considerado arma de longo alcance. O tiro era a uma velocidade tão notável que abria estragos significativos, uma vez que o projéctil deveria ser lançado a cerca de muitos quilómetros do centro alvo de cerco. Mas era uma arma que era frágil, facilmente se incendeia com uma flecha em chamas, ou com um projéctil do género.
fonte: BARROCA, Mário Jorge; Nova História Militar de Portugal, - os engenhos de guerra.
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